PRF – A Evolução dos Temas do Cespe.

Quando se elege o concurso da vida, vem aquele monte de sentimentos comumente compartilhados: estabilidade, gosto pelo cargo, dinheiro etc. Mas todo mundo sabe que isso não “cai do céu”. É preciso, além dos sonhos, colocar em mente a forma ideal para acanca-los, a fim de que a temporada de estudos não se torne uma novela chata, sofrível e inacabável.

 

Então, a cabeça também é feita para pensar!

Eu tenho brigado na internet com a galera que não lê o que eu escrevo ou não escuta o que eu disse e vem dizendo coisinhas que definitivamente não estão no meu texto.

 

Que o mundo está ficando menos inteligente, disso os expertos (com x mesmo) não duvidam.

O Yuval Harari (gente que pensa para a gente) já colocou entre as suas “21 lições para o Século 21” a diferença entre os informados e os (des)informados e, é claro, o mundo, em breve, será dos primeiros.

 

O historiador deixa claro que todo mundo hoje é informado, mas é disperso. Tem muita informação e pouca atenção. O informado do amanhã é o cara atento, focado.

 

Pronto, blablablá de lado, vamos ao que interessa: você precisa aprender a ler o tema. Focar o tema. Não se desgrudar dele.

 

Veja bem, se você não fizer isso na redação do Cespe em 2018, você vai ficar patetando como a maioria.

Eu tenho que falar duro, desculpe, mas quem ama briga.

Pronto!

 

A maioria das pessoas foge de problemas ou exige sempre uma fórmula pronta para resolvê-los.

Isso acontece muito com a redação.

 

Uma fórmula de texto funciona sim, para quem vende cursos – é um bálsamo para o professor criar um modelo e orientar a galera a seguir aquilo. A fórmula prende o sujeito ali na escravidão do engano, facilita a vida do corretor, cria a ideia do professor herói.

 

Desculpe, é picaretagem. Fuja desses enganos.

Se tivesse uma fórmula pronta, eu venderia a fórmula. E venderia caro e pronto.

Não tem.

 

Esse mundo nosso é de expiação. Aceite que veio aqui para sofrer, aprender e crescer. O sucesso só faz sentido se for assim.

 

Há, por parte do aluno em processo de negação da dificuldade que IMAGINA enfrentar, um relativo alívio saber que tal fórmula está dando certo, que a “minha redação é sempre nota 10 porque segui o script do prof. “

 

Não.

Se você pensa assim, é um sério candidato a ser reprovado nas provas do Cespe em 2018. A banca tem inovado bastante quanto à estruturação do texto e apresentado enunciados variáveis que exigem a atenção do candidato para que este escolha uma forma coerente de construção do texto.

 

Eu vou falar a verdade: na verdade, não é uma ação de 2018. O Cespe é assim desde sempre. Mas a galera cismou que a banca mudou. Aí a gente precisa falar a linguagem do P, para que se compreenda que a “roda já foi inventada”.

 

Para você ter uma ideia do que estou falando, vou pegar, por exemplo, alguns temas anteriores da PRF para que compreendamos a evolução dos temas do Cespe. Comecemos pelo concurso de 2008:

 

 

Repare que, em 2008, o tema decorreu puramente de conhecimentos gerais e a banca apresentou uma pergunta bem direta para que o candidato pudesse transformar a resposta em redação.

 

Esse tipo de questionamento está aparecendo em algumas provas em 2018. Veja não é nada novo!

Mas, como eu pertenço à geração paleolítica dos concursos, eu vou comentar com você a experiência de ex-candidatos. Isso vai ajudar, de forma bem didática, a abrir os seus olhos para que você terá de fazer no seu concurso.

 

Na época, o que a galera errou em peso?

  1. Falta de objetividade.

 

A maioria resiste em responder objetivamente a uma pergunta proposta.

Cara, numa boa: não vai cair o seu dedo se você responder objetivamente ao que examinador propôs na pergunta temática.

 

Eu vou contar um caso interessante que se ajusta à maioria dos erros de vocês.

 

Lembro-me de um ex-aluno que, só de falar que iria ter redação na prova da PRF, o cara tremia. Mas tremia mesmo – era aula presencial  e, quando o danado vinha me entregar redação, ficava o suor dele na folha da redação. A voz dele tremia para conversar comigo, de tanto pavor que ele tinha da redação, mas queria muito ser PRF.

 

Num determinado dia, sentei-me com ele tivemos um papo bem sincero, cara a cara, sobre escrever de forma direta e simples.

 

Resultado: quando saiu este concurso aí de 2008, eu quase morri do coração, porque ele foi bem mais objetivo do que eu esperava.

 

Diante da pergunta do tema, ele começou a redação dele com um SIM e ponto final. Depois seguiu, na mesma linha do texto, explicando as razões de o principal problema de uma megalópole ser a superpopulação.

 

Quando ele me mostrou o rascunho da redação, quem tremeu fui eu, porque eu não sabia exatamente dizer a ele se o examinador seria compreesivo com aquela situação ultraobjetiva: SIM inicial e ponto final, e depois segue o texto…

 

Falei, até porque ele queria me ouvir, que ele havia superado toda e qualquer ausência de falta de objetividade na vida dele. Tive que ouvir confissões até pessoais: “ Júnia, aprendi até a ser direto na hora de dizer não lá em casa. Você me ajudou até nisso…é não e ponto final – assim que eu falo hoje.”

 

Tipo: eu não tinha outra coisa para falar com o sujeito, porque eu estava atônita. Restou-me dizer apenas algo como “você superou sua falta de objetividade, que maneiro, e coisa tal…”. Mas me procure para alguma possibilidade de recurso…para aumentar a nota…  rsrsrsr.

 

Ele foi embora satisfeitíssimo, superconfiante.

 

Só respirei aliviada quando a redação dele veio com apenas menos -0,53 décimos (eu guardei esse número de tanto que isso me marcou), ou seja, o cara quase fechou a redação e hoje está na PRF.

 

  1. Outra falha: falta de fundamentação.

A gente toda ficou no blablablá, no mimi da dissertação. Não citou um exemplo para tornar o texto mais palpável.

Fundamentar na redação do Cespe é outro exercício simples de fazer. Basta exemplificar o que está muito subjetivo.

Não é possível que o sujeito não conhecesse nenhuma cidade superpopulosa e, por isso, cheia de problemas.

 

  1. Outro suplício: ficar narrando em vez de dissertar.

Um monte de gente se prendeu ao primeiro texto que dá suporte ao tema e ficou contando história e, no direto e reto da palavra, “se ferrou, né”.

 

Falando numa linguagem mais técnica, narrar seria usar verbos no passado em peso. Se você tem essa mania descontrolada de ir ao passado na hora de dissertar, saiba  que você pode se dar muito mal.

 

Rapaz, numa boa, escreva com verbos no presente ou no futuro. Os problemas que o Cespe traz para você são problemas do hoje ou do amanhã. O passado não interessa na dissertação.

 

Mas o povo gosta do passado, sabe Deus por quê. A galera levou esse mesmo erro em peso para aquela prova feita pela Funrio (Funcab não sei) ou fez isso antes (eu não me lembro da ordem do concurso).

 

Vamos à prova de 2013:

 

 

Em 2013, veio o tema acima. Aí o galerão botou na cabeça que a banca mudou: só trabalha com conhecimento específico na discursiva. O negócio era, a partir dali, treinar só específico.

 

Vamos aos fatos: repare bem o tema. Se você atribuir uma numeração imaginária para os tópicos temáticos, notará que temos a seguinte disposição: tópico 1 (conhecimento específico – definir o crime de contrabando etc.); tópicos 2, 3 e 4 (conhecimento geral – bastava ler jornal, sites, ver televisão para saber aqueles assuntos – nada daquilo está tipificado no Código Penal).

 

O que fez com que a galera afundasse na prova?

  1. Errar o artigo da lei que define crime de contrabando.

 

“Meninas Gerais, Meu Deus do Céu!!!”

Se você não sabe o artigo da Lei, por que vai citar algum?

Em prova, a gente não pode criar armadilha contra a gente mesmo, porque vai dar errado para você e vai dar certo para o examinador.

 

Tem gente cujo vocabulário é simplório e quer usar OBSTANTE, MALGRADO. Não pode. Fica evidente que você está tentando forjar um EU que não é você.

 

Outro exemplo: eu vejo a aflição de vários candidatos para usar O QUAL, CUJO, sem ter o noção do que estão fazendo. E o fazem só porque algum “bendito” professor (para não brigar com ninguém) mandou o sujeito usar.

 

Misericórdia!

Trabalhe com ideias simples, use palavras que você domina. Aceite aprender, sim, expressões novas, mas vá inserindo isso aos poucos na sua vida.

 

Se o edital, por exemplo,  é publicado hoje, você não vai conseguir mudar muito a sua escrita, porque você já passou do tempo, gente boa. Há aprendizados que demoram um bom tempo para se fixar. Então, com o edital na praça, sua vida é um  “cobertor curto” até a prova.

 

  1. Outro drama: não entender o que é circunstância ou simplesmente se esquecer de redigir sobre a outra metade do tópico 1.

 

Na hora da prova, muita gente, pelo emocional, se desconcentra da questão e acaba se esquecendo de apresentar texto para o restante do tópico. As bancas já sabem dessa “urubuzagem” do aluno e se aproveitam bastante disso para fazer duas ou mais perguntas num só tópico.

 

Então, se você é avoadinho, siga esta dica da tia Júnia: aprenda a enumerar a quantidade de perguntas que a banca trouxer em todos os tópicos.

 

Você pode fazer isso no enunciado da questão. Só não pode fazer isso no corpo da discursiva que você estiver redigindo.

 

Outra dica: quando a pessoa não sabe o vocabulário, temos que dar um desconto. Não saber o conceito de uma palavra é natural a qualquer mortal ou “imortal” dos concursos.

 

Vamos o termo em estudo: “circunstância” quer dizer particularidade, condição, conjuntura, contexto das coisas.

 

Se Deus quiser, você citar muitas circunstâncias, na PRF, para relatar, por exemplo, uma apreensão quando aconteceu, onde foi etc.

 

Em âmbito penal, temos as circunstâncias que particularizam mais o crime. Nesse sentido, existem as circunstâncias que tornam a situação agravante ou atenuante. No caso em tela, seria, por exemplo, mencionar o agravamento da pena em face do tipo de transporte utilizado para o contrabando.

Ficou claro?

 

  1. Mocorongagem mestra dos candidatos: entender o plural como singular.

 

Ohhh, povo que lê mal!

Vamos acabar com a mocorongagem profissional nas provas, minha gente.

Você, meu querido ou minha querida, precisa prestar atenção no pedido do examinador.

 

Se o infeliz traz algo no plural, você precisa citar, no mínino, dois elementos do pedido para que o plural se configure.

 

Naquele concurso de 2013, o galerão falou tão somente do cigarro como principal mercadoria contrabandeada.

 

Jesus, venha!

Quem nunca foi a uma 25 de março ou a uma Uruguaiana e testemunhou ou comprou uma roupinha de marca duvidosa ou um eletrônico?

 

Então, relaxe, porque na prova não haverá nenhum bicho-papão. Os casos, geralmente, são de alcance geral.

Mas a gente só percebe isso depois que o concurso termina. Aí cai a ficha: por que não escrevi isso ou aquilo?

 

  1. Falha final: não ter coerência.

Ahhhh, o redator vai lendo a redação do sujeito e nota que ele está ganhando todas…

Eis que chega ao parágrafo final, em que o “bonito” vai redigir sobre as medidas para combater o contrabando.

E o corretor nota que as medidas que redator sugere não casam com os problemas que este apresentou nos tópicos anteriores…

Canetada na redação dele!

 

Nada combina.

Coerência, povo, é combinação. O que você apresenta como solução precisa ter íntima relação com o que você chamou, anteriormente, de problema.

 

Gente, texto longo, vocabulário super à vontade, porque é meu e eu não vou fazer prova, então eu redijo do jeito que eu quero.

 

Você, por favor, mantenha a redação dentro dos limites da gramática normativa.

Isso aqui é um artigo e artigos gozam de liberdade de expressão até na forma.

Sou euzinha querendo tornar tudo mais simples para você ver o mundo de forma mais suave.

Afinal, a gente nasce, cresce, arruma confusão e morre.

 

Portanto, tudo o que eu expliquei, apesar de ser baseado em concursos anteriores, é bem atual mesmo. O Cespe vai, de uma forma ou de outra, cobrar de você tudo isso aí que eu escrevi para você.

 

Até o próximo artigo, mas com o desejo, no fundo de “mon couer”, de que seja sempre o último para você!

 

Quer estudar comigo para a discursiva da PRF?

 

Eu preparei, no Turma de Redação, um curso nos seguintes moldes:

  1. adaptado ao que vem acontecendo nas discursivas de 2018 do Cespe;
  2. a ser adaptado ao edital de 2018, logo que este seja lançado;
  3. com foco em temas com chances mais nítidas de serem cobrados na prova do Cespe (acertamos o último tema do Cespe para o Iphan/2018 – foi o primeiro tema que trabalhamos para aquele concurso);
  4. os temas são comentados por professor da área;
  5. as discursivas são estruturadas de forma a nos permitir avaliar a qualidade das expressões e a superar falhas, conforme expliquei no artigo para vocês.

 

Enfim, nosso trabalho visa ao de sempre: apresentar um trabalho que diferencie nosso aluno dos demais redatores das discursivas de conhecimento específico, ou seja, nosso aluno será orientado a ser mais claro, objetivo e preciso em suas explicações.

 

E eu sempre deixo, de brinde, um curso de provas de português atuais também comentadas, porque isso ajuda o meu aluno a somar pontos para ter sua redação corrigida. E eu faço questão de que a banca tenha acesso às redações, porque gosto de acompanhar os resultados e a progressão dos alunos.

Enfim, entre no http://www.turmaderedacao.com.br/cursos/discursiva-para-prf.

 

Assim, você vai saiber mais como redigir bem, para enfrentar a prova discursiva do Cespe.

Como você leu meu artigo, eu vou deixar um brinde: um desconto de 20% no Curso de Discursivas PRF.  Para ter acesso ao seu desconto, envie um whatsapp para a Malu, nossa atendente do Turma de Redação, e diga que leu o artigo e quer o seu desconto de 20% como incentivo à sua preparação.

 

Grande abraço! Obrigada pela confiança!

Até mais!

Júnia Andrade Viana

 

 

 

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